segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Mortos, ou coisa melhor"

Livro de autoria de Violeta Hernando, que li quando tinha 13, 14 anos... escolhi-o pelo título, apenas... achei que era ideal, mas tinha de referenciar o livro, claro...

O que leva uma pessoa a pensar que mais vale morto que vivo? Qual é o último impulso que leva uma pessoa a puxar pelo gatilho de uma arma e, pum, matar-se? Coragem? Cobardia? Ambas? Sou apologista primeiro da coragem... depois, sim, a cobardia...

Na semana passada um homem de 40 anos cá do burgo terminou com a sua vida... foi encontrado morto, dentro do carro, com um tiro na cabeça... pensei logo que, na volta, tinha sido assassinato, sei lá... a partir do momento que existe um "Rei dos Gnomos" na zona... tudo e mais alguma coisa é possivel... Eu não conhecia o homem que se matou, apenas costumava vê-lo no carro quando ia pôr um puto à escola, acho que não era filho, pelo menos dele... devia ser filho da namorada, não sei... aquelas pessoas saltavam-me à vista por causa do carro que tinham... um carro que eu gostava de ter... a última vez que o vi, ao carro, foi no dia do suicídio, em frente à GNR...

Assim que soube do que se tinha passado, a minha inesgotável imaginação colocou-se imediatamente, e como sempre, na pele deste homem... o que levaria aquele desfecho? Pelo que julgo saber, e provavelmente será uma pontinha do iceberg, dívidas... mas continuo a perguntar-me... "mortos, ou coisa melhor"? O que passou na cabeça daquele homem?? Como terão sido os seus últimos minutos? Será que existiu um momento de arrependimento? Será que não havia outra solução? É um tema mórbido, mas eu sou assim, coloco-me logo na "pele" das pessoas, começo a imaginar tudo aquilo que ele poder
a ter sentido, pensado, o que o levou a dar um tiro na própria cabeça???? Ai, que confusão que me faz!!!

Tenho muita pena, tanta pena... morro de pena... que homem tão desiludido pela vida, que homem tão desesperado... e valerá a pena matar-se?? Não consigo imaginar, e acreditem que me esforcei mesmo muito, como foi o seu último minuto... e para quê que eu faço isto??? Perco horas à noite nestas deambulações mórbidas sem sentido...

R.I.P. - lamento que a vida não lhe tenha corrido melhor... sinceramente...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

das férias II - ressaca

As  férias acabaram... ARGH... mundo do trabalho, sem o qual eu não posso passar, pois é ele quem me alimenta... BAH!!!! Mil vezes BAH!!

Sou apologista de um período de "férias das férias"... 5 dias, nem mais nem menos! Um período de organização doméstica, mental e espiritual, quase que um retido de mentalização para o regresso ao trabalho... não sei se ajudaria... na volta prolongava o sofrimento do regresso...

E tanto que havia para dissertar sobre o trabalho, o meu especificamente... mas não o vou fazer, pelo menos por agora... vou deixar que a poeira siga o seu caminho, assentando ou não, logo se vê, e depois dissertarei acerca do assunto... se é que interessa a alguém... excepto a mim... que, no fundo também não interessa... afinal eu faço o meu trabalhinho, umas vezes certinho e direitinho, outras, às curvas e contracurvas, e ele cai certinho ao fim do mês e é ai que reside a questão!! Guita... o vil metal... cheta... bufunfa... carcanhol...

Venham mais férias em Setembro... :)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

das férias

3 semanas de férias é pouco... ou começa a ser pouco... p'ró ano arrefinfo com 4! :)
Estamos no Algarve, na casa da minha cunhada... temos pouco pai, pois no Verão é quando ele mais trabalha... Os miúdos sentem falta do pai, eu sinto falta do marido... anda acima e abaixo, Portugal fora... pouco está connosco... não sei como fazer para aproveitarmos férias juntos... os recursos tabém são escassos... se não fosse esta solução, acho que não saiamos de casa o Verão inteiro... Também poderia contar com a casa dos meus bisavós paternos, mas não considro que tenha condições suficientes para albergar duas crianças...

Deixei o trabalho com o coração nas mãos, sei que desfazem muito daquilo que deixo preparado, é quase como o deixar entregue numa anarquia qualquer... sei que já surgiram problemas, os quais vou resolver assim que chegar. Tenho tido bons conselhos cá em baixo, felizmente que tenho gente à minha volta que consegue pensar com clareza e, no fundo, ajudar-me a colocar-me no meu devido lugar... vou fazer alterações, vou mudar algumas coisas e, principalmente, o meu comportamento!

Do meu pai... logo no dia depois de termos chegado, eu e o meu irmão combinámos um meeting familiar. Foi bom, tão bom... consigo sentir-me em casa, entre gente igual a mim... apesar de pouco termos falado, os olhares cumplices e a maneira de ser parecida falaram por nós... Digo mais, se ue não soubesse arrumar o que sinto, não saberia colocar os meus sentimentos no local certo... aquilo que sinto pelo meu irmão é uma coisa platónica... um amor que se define como fraterno mas cheio de timidez... uma vontade de o abraçar e de lhe dizer que está tudo bem, que estou aqui sempre para ele. Com o meu pai passa-se o mesmo... mas com o meu irmão é mais forte, é outra coisa... não falo de incestos nem nada do género, credo!! Falo de outra coisa, outro tipo de coisa... platónica... vontade de estar com ele muito mais tempo,de saber tudo sobre ele, de lhe fazer perguntas, de ser irmã e de ter um irmão... será que isto é compreensível para alguém que me lê? Existem coisas dificeis de explicar...esta é uma delas... Apenas sei uma coisa: quero estar com ele, com o meu pai e irmão, quero que os meus filhos tenham avô e tio, quero ser filha e irmã... quero estar entre aqueles com quem me identifico tanto... amanhã vamos almoçar com o meu pai, depois, se calhar, só para o ano nos voltamos a ver... quanto ao meu irmão, tenho de arranjar maneira de estarmos juntos noutras alturas... Sei que ele sente o mesmo que eu, apesar de as palavras serem poucas e nem sequer abordarmos o assunto... depois de nos despedirmos, mandei-lhe uma mensagem a qual ele retribuiu cheia de sentimentos iguais aos meus... tratamo-nos por "manos" na net e nas mensagens, mas ao vivo e a cores... pouco falamos... lol, até chega a ser ridículo...!

As minhas férias no Algarve são sempre assim... cheias de introspecções familiares... tudo reaparece à superficie sendo difícil recalcar... lembro-me do meu avô, dos tempos passados com o meu pai, das confidências entre mim e o meu irmão, das conversas, dos momentos, de tudo o que foi bom entre nós os 3...

Dentro de 2 dias vou terminar as férias algarvias com a familia do lado da minha mãe... uma sardinhada, uma jantarada e um almoço, depois rumamos a casa e quase sinto que as férias terminaram... apesar de ainda ter mais uma semana...

Se estou feliz? Não sei...