Sofremos, na semana passada, uma perda... uma pessoa próxima, muito próxima, faleceu repentinamente, sem sinais de aviso, deixando todos nós atordoados...
Marido, pai e avô! Tendo nota máxima neste último "título"... era, aliás, o único Avô com "A" maiúsculo, dos seus 6 netos... 3 deles destroçados, os outros 3 demasiado novos para perceber aquilo que perderam e que não vão receber de mais nenhum...
O fim é triste... deixa saudades, deixa memórias, umas boas, outras menos boas... não considero que tenhamos de nos perder em elogios... as pessoas são como são e não passa daí! Mas esta pessoa ainda fazia falta, esta pessoa não era má pessoa... não merecia, apesar de ter sido exactamente da forma que ele queria, rápido, "eficaz" e indolor, numa palavra: fulminante!
Fica a dor de ver quem cá está a sofrer... a dor da mulher, mãe e avó... dos filhos, dos netos, e do genro e noras (é aqui que me encaixo)...
De minha parte, fica o dó que sinto pela minha sogra, agora mais desamparada do que nunca... apesar de rodeada e apoiada por nós... fica a tristeza que sinto quando vejo os 3 netos mais velhos a sofrer... e fica a compaixão, tristeza e preocupação de ver o meu marido a guardar tudo o que sente e a não se libertar... a remoer, pensar, assimilar, "engolir", resolver, procurar, e tentar ser "normal", o que de normal não tem nada...
E fico com vontade de ligar ao meu pai... mas para dizer o quê? "Olha, o meu sogro faleceu e eu lembrei-me de ti!" ou então "Agora és o único avô dos teus netos, vê lá se não fazes merda, como fizeste com os teus filhos!" ... nem uma, nem outra são boas opções... mas são as únicas que tenho...
Brindemos! Brindemos com um bom tinto, a regar uns camarões cozidos do pingo doce, a dar entrada a um belo cozido à portuguesa! Brindemos e bebamos até cair para o lado, com piadas com sentido de humor, com comentários às vezes inconvenientes, com mal-entendidos, mas acima de tudo, brindemos a uma pessoa que já cá não está e que não iria querer que parássemos de brindar!
